Da Negação do Nacional ao Nacional Negativo: a Crítica de Machado de Assis (do Oitocentos ao Contemporâneo)

Nome: WOLMYR AIMBERÊ ALCANTARA FILHO
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 26/09/2017
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
WILBERTH CLAYTHON FERREIRA SALGUEIRO Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ANDRÉIA PENHA DELMASCHIO Examinador Externo
FABÍOLA SIMÃO PADILHA TREFZGER Examinador Interno
FLÁVIO MARTINS CARNEIRO Suplente Externo
JOSÉ AMÉRICO DE MIRANDA BARROS Suplente Externo
MARIA AMÉLIA DALVI SALGUEIRO Examinador Interno

Páginas

Resumo: O nacional foi sempre assunto relevante para a crítica machadiana de diversas
épocas. Silvio Romero, José Veríssimo e Araripe Júnior foram os primeiros a se
debruçar sobre o problema. Machado, que não escrevia segundo a tradição
romântica e nacionalista, teve, entre esses pesquisadores, sua brasilidade estudada,
esquadrinhada e, até mesmo, questionada. Havia, no entanto, também, a sensação
de que as representações do país em sua obra seguiam um movimento mais
“interior e íntimo”, e por isso sutil e difícil de observar. Uma segunda geração de
estudiosos, sob o contexto histórico e cultural do Estado Novo, tornou a tocar no
aspecto nacional. A negritude do escritor, antes assunto proibido, era agora
demonstração de seu valor. Machado teria vencido a despeito de ser negro, diria
Lúcia Miguel-Pereira, que vê nos romances da primeira fase uma tentativa do autor
de representar, de maneira cifrada, essa experiência. Mais recentemente, novos
críticos refletiram sobre o problema do nacional em Machado. Já não mais entendido
como inexistente, o nacional ganha agora o adjetivo de negativo, na leitura de
Roberto Schwarz. Para o crítico, o escritor, livre da necessidade de participar do
período formativo de nossa literatura, podia se dedicar ao trabalho de problematizar,
em romances e contos, nossa condição periférica. Uma “virada” nas leituras
machadianas pode assim ser observada, a partir do último quartel do século XX,
quando as interpretações que envolvem a história do Brasil e a sociedade parecem
ganhar mais importância que as leituras ditas “universalistas”. John Gledson, Sidney
Chalhoub e Eduardo de Assis Duarte seriam exemplos de estudiosos que, como
Schwarz, deram consistência a essa nova visada sobre o escritor, que traz para o
palco dos debates termos como negritude, escravidão e classe social. Como
coroamento dessa maneira de ler Machado, estaria a problematização dos
narradores em primeira pessoa dos romances. As lnterpretações que Memórias
póstumas de Brás Cubas, Dom Casmurro e Memorial de Aires receberam desses
estudiosos subverteram o modo de ler esses romances e trouxeram discussões que
consideramos relevantes para os dias que correm.
Palavras-chave: Machado de Assis; crítica literária; nacional; história do Brasil

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