Hip Hop e RAP: poesia e arte popular contemporâneas.

Resumo: A pesquisa vem sendo gestada a partir de disciplinas e mini-cursos ofertados e textos publicados nos últimos cinco anos. Pensa-se em desenvolver, aprofundar e ampliar uma outra pesquisa em nível de pós-doutoramento, desenvolvida no Programa Avançado Cultura Contemporânea (PACC-UFRJ), sob a tutoria da Professora Heloísa Buarque de Hollanda, a ser concluída em julho de 2009. Assim pretende-se expandir o trabalho analítico da letras do grupo de RAP (rhythm and poetry) paulistano Racionais MC’s incluindo letras de outros grupos de RAP brasileiros e outras manifestações do Hip Hop (grafite e perfomance). Deseja-se contextualizar tais análises poéticas com a recepção do RAP, e por recepção entenda-se aqui todos os desdobramentos e discussões éticas, estéticas, político-ideológicas e históricas que tangenciam o aparecimento do movimento Hip Hop no Brasil, movimento que integra o RAP (a palavra cantada), o break (performance corporal) e o grafite (expressão plástica).
Um dado fundamental, retirado das observações e leituras, é a proliferação de estudos sobre o Hip Hop e o RAP nos campos da Educação e das Ciências Sociais, mas há inexistência de estudos mais aprofundados de um movimento que, além de um movimento social, é um movimento estético, popular, contemporâneo e periférico. Constatou-se a existência de alguns estudos que passam pelo RAP sem, contudo, adentrar-se em sua Poética, até porque as ferramentas analíticas, muitas vezes, não dão conta de um movimento poético que vem na contramão da pouco prolixa poética da chamada pós-modernidade brasileira. Para realizar a pesquisa do “Poético” ou “Literário” na produção do RAP aproveitar-se-á, dentre outros, dos conceitos bakthinianos de polifonia, dialogismo e intertextualidade, trabalhados por vários teóricos e críticos, pois acreditamos que são conceitos fundamentais a serem utilizados como aparato teórico para nossa análise, já que partimos do pressuposto de que a poética do RAP tem filiações formais com a épica tradicional, porém tratando, muitas das vezes, de pseudo-heróis marginais, ou, em outras, do heroísmo positivo e afirmativo daqueles que se consideram “guerreiros de fé” e se sabem “sobreviventes do inferno”.

Data de início: 01/08/2009
Prazo (meses): 24

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